"..Depende.."
Ando com umas ganas de viajar que nem vos conto nada. Antes do meu estágio, tenho de ir a algum lado, nem que seja aqui à vizinha Espanha explorar as grandes cidades - e não só -. Começo a ficar enjoada da minha rotina e já arranjei novas coisas para fazer.
Vou publicar o que escrevi sobre a minha viagem ao Egipto. Na realidade, a ideia era fazer uma espécie de relato daquela semana, uma descrição da viagem, do intimismo e de tudo o que me rodeava, com imensas sensações e descrições. Curiosamente, o Miguel Sousa Tavares teve a mesma ideia que eu e publicou o livro dele, o "Viagens", no final desse ano. Caramba, que imitador. E então, não acabei o meu projecto, só fiz metade. Mas é a metade mais dura, garanto-vos, depois com o speed todo e os dedos a funcionar, sai tudo num ápice. (E óbvio que não foi por causa do Miguelito que não fiz o resto..Olhem, faculdade..tempo..). Queria acabar esse projecto, mas receio que muitos detalhes se forem. Mas como também nunca foi suposto ser totalmente realístico..É realisticamente fictício..em pequenas descrições.
Deixo-vos a introdução e o dia 1, o dia da minha partida p lá. Duh. Óbvio, yah.
Fiquem egípciados. L.
Dia 27 de Julho de 2004, terça-feira, 11:07..Momento em que oficialmente dou início a esta descrição das minhas memórias, à descrição da viagem que mais marcou a minha vida: a ida ao Egipto. É o início de um roteiro de viagens, que não só descreve o percurso, como dá a conhecer o elo de ligação sentido com as belas terras do Nilo. Pelo menos, é essa a minha intenção. Vamos ver como sai.
Como tudo começou..
O meu fascínio pelo Egipto não é de agora, não é de jogar “Prince of Persia” ou ver “A Múmia” na televisão. Desde que me conheço, que lembro o Egipto, e toda a civilização islâmica, como sinónimo de exotismo e mistério, repleto de história e beleza cultural. As pirâmides de Gizé, consideradas como uma das sete maravilhas do mundo, sempre me aguçaram a curiosidade pela sua aparente monumentalidade e esplendor. Milhares de anos passaram e ainda surpreendem a humanidade...ou pelo menos, parte dela..
A civilização egípcia era das mais conhecidas da história humana, também a mais longínqua e o legado do rol de faraós e rainhas egípcios, era muito forte, pesado e fascinante pela monumentalidade das obras arquitectónicas e pelo misticismo que os símbolos hieróglíficos imprimiam às quentes terras antigas.Diferente da civilização em que vivia e conhecia e, após todo os incidentes terroristas e a agudização do conflito Ocidente/Oriente, a minha vontade de conhecer esse outro mundo, cresceu gradualmente. Descobri a minha paixão pela música do Médio Oriente, os sons apaixonantes, os ritmos sensuais, a beleza da dança do ventre. A imagem do pôr do sol no deserto, as felucas no rio Nilo, os camelos a caminhar, ao longe nas dunas. Tudo isto para mim, era de uma beleza sem fim.
A pouco e pouco, os meus conhecimentos sobre a religião Islâmica e a história egípcia foram aumentando. Sabia que havia uma importante deusa chamada Ísis, que os egípcios tinham uma escrita antiga, entre outras coisinhas..E sabia que segundo o Islão, o muçulmano poderia casar até com quatro mulheres. Com isto, coloquei a mim própria a questão de saber como seria tal nação que, pelo passado, deixou o património histórico e artístico que conhecemos, sendo considerada como moderna, avançada e que, pelo presente, é afectada maioritariamente pelos cinco pilares inscritos no Al-Corão, classificados por muitos de atrasados e retrógados. Eu chamo-lhes “cultura”. E não cito T. S. Eliot porque a injecção no semestre passado chegou..Mas, respeito a religião muçulmana, excepto os fundamentalismos da religião que não compreendo. Tirando isso, o Islamismo não é mais nem menos que outra qualquer religião ou modo de ser: o Catolicismo, o Protestantismo, o Ateismo, o Agnoticismo. Todas diferentes, todas iguais.
E assim, com essa curiosidade “adolescente” aguçada, o desejo tornou-se mais forte e maduro depois de ter tido aulas sobre a Arte Egípcia o semestre passado, em História da Arte.
O breve contacto com a antiga civilização egípcia, a importância do rio Nilo, fonte de fertilidade, vida mas também de morte, toda a mitologia daquele povo, suscitou-me a nostalgia de viajar pelo espaço, de viajar até ao Egipto e viver toda aquela história, aquele passado, podendo também contactar com o presente, tirar todas as dúvidas sobre os actuais dilemas da humanidade. As grandes obras de arte construídas pelos Egípcios fascinaram-me pela sua beleza e inteligência. Já imaginaram como há cerca de 4500 anos atrás, aquelas pessoas faziam as pirâmides, apenas com blocos de pedra retiradas da montanha, entre as quais, uma com quase 150 metros de altura? Impressionante. Mais do que se pode conceber ou imaginar, não é verdade?
E assim, quis partir em busca de uma viagem, que seria muito mais que isso para mim, seria uma aventura, uma experiência completamente nova, que abarcaria novas visões, novas sensações, novos contactos que me puseram com altas expectativas e sede de descoberta. Iria, enfim, saltar da sala de cinema para dentro do ecrân mágico. Entrar na tela, fazer parte das fotografias que conhecia...para mais tarde recordar.
A civilização egípcia era das mais conhecidas da história humana, também a mais longínqua e o legado do rol de faraós e rainhas egípcios, era muito forte, pesado e fascinante pela monumentalidade das obras arquitectónicas e pelo misticismo que os símbolos hieróglíficos imprimiam às quentes terras antigas.Diferente da civilização em que vivia e conhecia e, após todo os incidentes terroristas e a agudização do conflito Ocidente/Oriente, a minha vontade de conhecer esse outro mundo, cresceu gradualmente. Descobri a minha paixão pela música do Médio Oriente, os sons apaixonantes, os ritmos sensuais, a beleza da dança do ventre. A imagem do pôr do sol no deserto, as felucas no rio Nilo, os camelos a caminhar, ao longe nas dunas. Tudo isto para mim, era de uma beleza sem fim.
A pouco e pouco, os meus conhecimentos sobre a religião Islâmica e a história egípcia foram aumentando. Sabia que havia uma importante deusa chamada Ísis, que os egípcios tinham uma escrita antiga, entre outras coisinhas..E sabia que segundo o Islão, o muçulmano poderia casar até com quatro mulheres. Com isto, coloquei a mim própria a questão de saber como seria tal nação que, pelo passado, deixou o património histórico e artístico que conhecemos, sendo considerada como moderna, avançada e que, pelo presente, é afectada maioritariamente pelos cinco pilares inscritos no Al-Corão, classificados por muitos de atrasados e retrógados. Eu chamo-lhes “cultura”. E não cito T. S. Eliot porque a injecção no semestre passado chegou..Mas, respeito a religião muçulmana, excepto os fundamentalismos da religião que não compreendo. Tirando isso, o Islamismo não é mais nem menos que outra qualquer religião ou modo de ser: o Catolicismo, o Protestantismo, o Ateismo, o Agnoticismo. Todas diferentes, todas iguais.
E assim, com essa curiosidade “adolescente” aguçada, o desejo tornou-se mais forte e maduro depois de ter tido aulas sobre a Arte Egípcia o semestre passado, em História da Arte.
O breve contacto com a antiga civilização egípcia, a importância do rio Nilo, fonte de fertilidade, vida mas também de morte, toda a mitologia daquele povo, suscitou-me a nostalgia de viajar pelo espaço, de viajar até ao Egipto e viver toda aquela história, aquele passado, podendo também contactar com o presente, tirar todas as dúvidas sobre os actuais dilemas da humanidade. As grandes obras de arte construídas pelos Egípcios fascinaram-me pela sua beleza e inteligência. Já imaginaram como há cerca de 4500 anos atrás, aquelas pessoas faziam as pirâmides, apenas com blocos de pedra retiradas da montanha, entre as quais, uma com quase 150 metros de altura? Impressionante. Mais do que se pode conceber ou imaginar, não é verdade?
E assim, quis partir em busca de uma viagem, que seria muito mais que isso para mim, seria uma aventura, uma experiência completamente nova, que abarcaria novas visões, novas sensações, novos contactos que me puseram com altas expectativas e sede de descoberta. Iria, enfim, saltar da sala de cinema para dentro do ecrân mágico. Entrar na tela, fazer parte das fotografias que conhecia...para mais tarde recordar.
Dia 1 17/07/2004 Sábado
Aeroporto da Portela, Lisboa
Grantur. Foi esta a operadora em quem confiei para fazer esta viagem. Talvez por o dono da agência ser amigo de um amigo do meu pai. Vale sempre um descontozito, não fica mal.
O avião partiria por volta das 14:30. Logo, abalei de casa antes do meio-dia para as formalidades. Sentia-me nervosa.. Saí do meu quarto, lentamente, lançando um último olhar longo e estranho, sabendo que quando voltasse a ali entrar, não seria mais a mesma pessoa. Senti-me transformada mesmo antes de o abandonar, quase como se, num ápice, já tivesse ido ao Egipto e voltado. E senti-me feliz, bem. Sorri, enfrentei o meu receio de embarcar nesta aventura e virei costas ao meu lar.
Aeroporto da Portela, Lisboa
Grantur. Foi esta a operadora em quem confiei para fazer esta viagem. Talvez por o dono da agência ser amigo de um amigo do meu pai. Vale sempre um descontozito, não fica mal.
O avião partiria por volta das 14:30. Logo, abalei de casa antes do meio-dia para as formalidades. Sentia-me nervosa.. Saí do meu quarto, lentamente, lançando um último olhar longo e estranho, sabendo que quando voltasse a ali entrar, não seria mais a mesma pessoa. Senti-me transformada mesmo antes de o abandonar, quase como se, num ápice, já tivesse ido ao Egipto e voltado. E senti-me feliz, bem. Sorri, enfrentei o meu receio de embarcar nesta aventura e virei costas ao meu lar.
Chegados ao Aeroporto, notámos que havia um atraso de uma hora. 15:30. Senti um nervoso miudinho..”Já começa..começa bem!” Chegada ao Check-In (nº 26, 27 e 28), avistei um mar de gente, mais de uma centena de pessoas ali estavam nas filas, à espera para descarregar as bagagens...E, reparei, que a maioria estava na casa dos 60 anos. Nada que não previsse. Logo avistei duas presenças jovens e meti conversa, sempre é um descargo de consciência.“Ok, já conheço duas pessoas novas..ufff..”..Não que isso fizesse muita diferença, mas sempre me dava mais segurança para embarcar nesta viagem do deserto.
Fui falar com o rapaz da Grantur, o representante que lá se encontrava e perguntei a duração da viagem. Quando fiz os cálculos, percebi que iríamos chegar a Luxor – o destino – por volta das 23 horas, já que a viagem de avião duraria, aproximadamente, 5 horas. Iria haver jantar para nós no barco? A primeira confusão surgiu logo ali, sendo mais um motivo de nervosismo, conjuntamente com o atraso do voo, quando o moço respondeu que “É muito tarde para haver refeição..” Blá, blá, blá. Como se isso fosse desculpa. As refeições estavam incluídas. Da mesma forma, o jantar do 1º dia.
Ora, os meus ricos progenitores não tardaram em ter ideias preventivas para eu não passar fome, como comprar umas sandochas e umas coisitas, com um sumito a acompanhar e esconder algures nas malas. Foi o que aconteceu.
“Lara, assim não passas fome.” Esplêndido. O que seria de mim sem os meus pais? Podem cortá-lo à nascença mas o cordão umbilical nunca desaparece, qualquer que seja a idade. Nestes momentos antes da viagem, apercebi-me disso vezes sem conta. Infelizmente, durante uma semana, ele iria mesmo ser cortado. Afinal de contas, eu ia estar só a 4500 kms de distância da minha família. Não escondia um certo alívio. Ia ser um teste maravilhoso e agradável..Quer dizer, era o que eu esperava.
Almoço. Check-In feito. Comecei a confraternizar com um casal sobre a viagem. “Boa Lara..”. 14:45. Hora de embarque e de despedidas. Andei em direcção às escadas rolantes, e lá, rodei sobre mim própria, em semi cículo e acenei. Fico sempre emocionada nestas alturas, é mais forte que eu. Mesmo sendo aquele “adeus”, o início do “olá” à minha liberdade, nunca deixaria de ser um adeus.
Por fim, estava sozinha. Por meu risco e conta. “E agora?”, pensei. Agora, caminhava procurando a Sala de Embarque, passando pelos vários pontos de controlo, mostrando o passaporte e um sorriso. Ajuda sempre.
Cheguei, procurando um lugar para me sentar. Tudo cheio. Encostei-me algures, num daqueles corrimões, esperando ver aquele casal que conheci, entrar. Observava as pessoas, sentindo algum nervosismo habitual no ar. Eu própria, sozinha naquela viagem, sentia o palpitar do coração um pouco acelerado. Tudo coisas normalíssimas, não é verdade?
Tinha tudo o que precisava comigo..Quer dizer, algumas coisas estavam na minha mala de rodinhas que ia para o avião. Outras na mochila eastpak, como o protector solar, o chapéu à ceifeira, lenços de papel, óculos de sol, pensos higiénicos..É tão bom ser mulher. Na outra malinha pequenina, tinha os pertences valiosos, aqueles que se perdesse, ia ficar a beliscar-me durante várias horas. Melhor, não era eu que me beliscaria mas os meus caros progenitores, que tanto me avisaram dando o sermão da perca de objectos, dos “perdidos e achados”. Tinha que ter olhos a dobrar e atenção triplicada, para esta cabeça no ar não fazer nenhuma asneirada.
Passados 15 minutos, obeservei os meus “amigos” a chegar. Num passo alegre e apressado, como se faz no metro à hora de ponta para ir para casa, aproximei-me deles, com o visível entusiasmo estampado no rosto. Falámos brevemente de viagens, locais e até do filme dos “10 Mandamentos” que nunca vi..Pois, isto está atrasado de novo, não é verdade? Uma pessoa tem que arranjar tema de conversa, melhor, tem de conversar, para não ficar ali parado.
Finalmente, eram umas 15:40 quando a porta abriu e os passageiros começaram a dar os seus bilhetes para se dirigirem para uma nova porta de saída e descoberta: o voo 8010 da Lotus Air. Confesso que estava um pouco céptica em relação à qualidade do voo. Tinha lido na Internet umas críticas muito negativas em relação ao serviço da companhia aérea, nomeadamente, a comida. Mas nada disso aconteceu. Pelo contrário, o serviço foi bastante satisfatório e os hospedeiros eram muito simpáticos. A comida? Foi das melhores refeições que comi num avião.
Rewind. Instalámo-no no avião. Eu fiquei sentada no lugar 13d, acho eu. Mesmo por cima da asa do avião, perto de uma porta de emergência central. Ao meu lado estava um casal de senhores de meia idade, muito simpáticos, com quem estabeleci logo uma relação de um grande à vontade. Engraçado, a senhora tinha o mesmo nome da minha mãe e até me ofereceu um rebuçado. Tinham vindo pela Inatel mas, pelo que eu descobri na altura, iam ficar alojados nos mesmos sítios que eu e iam fazer exactamente o mesmo circuito. Havia várias agências envolvidas como a TuriRamos e a ClubTour mas a Grantur era a operadora, funcionava para todos. O que eu ai desconhecia é que esse casal viria a fazer parte do mesmo grupo que eu, com a mesma guia.
Rewind. 16:00. O avião descolou suavemente. Cinco horas de avião que iriam custar a passar se não tivesse que fazer. Falava durante algum tempo com o casal ao meu lado e depois, levantava-me para falar com o outro casal do Porto. Aos poucos e poucos, as pessoas formavam grupinhos, metiam conversa, perguntavam nomes e falavam de viagens passadas. Ia-se formamdo alguma coesão e, o ambiente propício para o decorrer de uma viagem sem sobressaltos e tranquila, estabelecia-se. Contudo, havia sempre uma ou duas pessoas que permaneciam isoladas..Afinal, ainda nem se tinha dado o início dessa aventura..
A metade da viagem, veio a refeição. “Chicken or Beef?” pergunta a hospedeira, naquele inglês arabesco. (Os comunicados do capitão não se tinham feito perceber. Muita gente não percebia inglês, felizmente, eu conseguia perceber metade do que eles diziam, se tivesse sorte..) Satisfeita, escolho o “Beef” e, apesar de ser um rectângulo pequenito, a comida quente, da qual saía um fio de fumo visível, era saborosa. Queijinho triângular, pãozinho pequeno e redondo, uma fatia de tarte de chocolate muito rija, sal, pimenta, açúcar: compunham a travessa alimentar. Guardei alguma dessas coisas para recordação..Nunca se sabe.
A ansiedade crescia para sair daquele avião e pisar, finalmente, depois de um dia intenso, solo egípcio. Conversei com muita gente e, especialmente, com o hospedeiro que me falou da vida egípcia e do trânsito caótico nas ruas agitadas de Cairo com os seus míseros 17 milhões de habitantes. Se formos ver bem..O que é isso?
A viagem estava perto do fim e o início desta nova vida iria começar. Aterragem muito muito boa, mal se sentiu. Esperei pelo casal do Porto para sair e, mal passei pela porta do avião, senti um bafo de calor, forte. Eram 23 horas e estavam à volta de 33 graus. Quentinho, hãn? Luxor. O aeroporto era pobre em infra-estruturas, rendia-se ao simples facto de ser uma data de tendas amontoadas com alguns aparelhos tecnológicos no interior, de uma outra era, pelo menos. Meto-me na fila para sair dali para fora. O representante da Grantur divide o enorme grupo de 140 pessoas do avião, em 4 grupos, conforme as agências. “Autocarro 4”, diz o egípcio a sorrir, depois de verificar a minha documentação. Passo por outra cabine de controle onde ouço “very beautiful”. Sorrio. Chego até ao tapete, esperando ver a minha malinha das rodinhas azul que nunca mais chegava. Ei-la, por fim. Estico-me para a ir buscar mas um egípcio, nas suas vestes escuras e sujas, chega primeiro que eu, retirando-a do tapete. Ingénua, agradeço mas logo observo o estender da mão dele perante os meus olhos, pedindo esmola. Pensei “Os gajos do livro tinham razão.” Mal tinha chegado e já pedem dinheiro. Os guias da American Express são bons, nesse aspecto já estava avisada. Não sabia é que ia acontecer tão cedo.
Despeço-me do aeroporto em direcção à camioneta 4, onde conheço a minha guia, Hanan. Este é o nome verdadeiro, o seu nome egípcio. Só que para facilitar as hostilidades, disse para nos chamar Ana. Nome simpático. Gordinha, baixinha, pachorrenta, a minha guia ia acompanhar um grupo composto, sensivelmente, por 20 e poucas pessoas, nas quais estavam três raparigas do Porto, muito amigas, com quem tomei contacto imediato, mal entrei na camioneta. Lá estaria também o casal que veio ao meu lado no avião e uma série de pessoas que iria conhecer melhor, nos dias seguintes. Engraçado, a maioria das pessoas que foram nesta viagem eram mesmo do Norte. Coincidência.
Arranca o autocarro e a guia vai falando, num português muito perceptível, das nossas actividades do dia a seguir e do levantar às 5 da manhã para tomar o pequeno almoço. Isto sabendo que já ia para a meia noite. Lindo, Lara. “Família”, era assim que a Ana nos chamava. Aliás, era “Famíiliaa”. Isto porque íamos passar uma semana juntos, íamos conhecer o Egipto juntos. Olho pela janela da camioneta, tentando conhecer e assimilar o que se passava à mnha frente. Não via muito porque a iluminação também era fraca mas..Um café com homens a fumar cachimbo de água. Pessoas a verem televisão na rua. Tudo com um ar muito pobre, muito simples, muito modesto. Via-se uma palmeira ou outra de vez em quando. Durante este trajecto de 45 minutos até ao barco, a minha casa nos próximos 4 dias, senti-me bem por finalmente estar onde ansiava há anos e, especialmente, nos últimos meses. O que via naquele exacto momento era tudo o que procurava ver: um novo mundo, longe e afastado do meu, completo e incompleto, enigmático nas suas descobertas. Estava num sítio tão diferente do meu, que me sentia outra pessoa, mais feliz. É isto.
A camioneta pára. Saímos e avisto do meu lado direito, o rio Nilo. O cais está repleto de barcos e paquetes encostados, todos em filinha indiana, à costa. Vejo, de imediato, vários polícias do turismo, de farda branca com botões dourados, espingarda ao ombro e botas pretas. “Ok, polícias e segurança não falta. Hoje não morro.” Descemos umas escadarias meio íngremes e, após um incidente com uma senhora que escorregou e torceu o pé, avistámos o nosso barquinho.
“Beau Rivage”. Eu já conhecia o nome. O rapaz do aeroporto informou-nos e também já tinha visto fotos na Internet. Mas nenhuma foto substitui o prazer de se ter algo diante dos olhos. Era uma espécie de paquete. Não era grande, mas também não era pequenino. Afinal, se alojava mais de 100 pessoas teria de ter alguns quartos. Passámos para o barco, subindo uma tábua com corrimões e à entrada, os empregados, todos vestidinhos com uma farda verde com botões dourados, iam cumprimentando as pessoas. Simpáticos com o seu “Bonsoir”, iam indicando as escadas para descer ao piso inferior, para o qual também me dirigi. Mas antes disso, desfrutei do interior do barco. Já alguém dizia que fazia lembrar o Titanic e, de facto, há um toque qualquer. Será talvez pelo tecto que tinha um vitral lindíssimo com flores e muitas cores. O chão era aos quadrados e as cores dominantes da decoração eram o verde com um vermelho morto.
Parei para apreciar o luxo do barco e pensei “Uau..é aqui que vou ficar então..”. E segui os outros, para o piso de baixo, não sabendo bem o que me esperava...
Fui falar com o rapaz da Grantur, o representante que lá se encontrava e perguntei a duração da viagem. Quando fiz os cálculos, percebi que iríamos chegar a Luxor – o destino – por volta das 23 horas, já que a viagem de avião duraria, aproximadamente, 5 horas. Iria haver jantar para nós no barco? A primeira confusão surgiu logo ali, sendo mais um motivo de nervosismo, conjuntamente com o atraso do voo, quando o moço respondeu que “É muito tarde para haver refeição..” Blá, blá, blá. Como se isso fosse desculpa. As refeições estavam incluídas. Da mesma forma, o jantar do 1º dia.
Ora, os meus ricos progenitores não tardaram em ter ideias preventivas para eu não passar fome, como comprar umas sandochas e umas coisitas, com um sumito a acompanhar e esconder algures nas malas. Foi o que aconteceu.
“Lara, assim não passas fome.” Esplêndido. O que seria de mim sem os meus pais? Podem cortá-lo à nascença mas o cordão umbilical nunca desaparece, qualquer que seja a idade. Nestes momentos antes da viagem, apercebi-me disso vezes sem conta. Infelizmente, durante uma semana, ele iria mesmo ser cortado. Afinal de contas, eu ia estar só a 4500 kms de distância da minha família. Não escondia um certo alívio. Ia ser um teste maravilhoso e agradável..Quer dizer, era o que eu esperava.
Almoço. Check-In feito. Comecei a confraternizar com um casal sobre a viagem. “Boa Lara..”. 14:45. Hora de embarque e de despedidas. Andei em direcção às escadas rolantes, e lá, rodei sobre mim própria, em semi cículo e acenei. Fico sempre emocionada nestas alturas, é mais forte que eu. Mesmo sendo aquele “adeus”, o início do “olá” à minha liberdade, nunca deixaria de ser um adeus.
Por fim, estava sozinha. Por meu risco e conta. “E agora?”, pensei. Agora, caminhava procurando a Sala de Embarque, passando pelos vários pontos de controlo, mostrando o passaporte e um sorriso. Ajuda sempre.
Cheguei, procurando um lugar para me sentar. Tudo cheio. Encostei-me algures, num daqueles corrimões, esperando ver aquele casal que conheci, entrar. Observava as pessoas, sentindo algum nervosismo habitual no ar. Eu própria, sozinha naquela viagem, sentia o palpitar do coração um pouco acelerado. Tudo coisas normalíssimas, não é verdade?
Tinha tudo o que precisava comigo..Quer dizer, algumas coisas estavam na minha mala de rodinhas que ia para o avião. Outras na mochila eastpak, como o protector solar, o chapéu à ceifeira, lenços de papel, óculos de sol, pensos higiénicos..É tão bom ser mulher. Na outra malinha pequenina, tinha os pertences valiosos, aqueles que se perdesse, ia ficar a beliscar-me durante várias horas. Melhor, não era eu que me beliscaria mas os meus caros progenitores, que tanto me avisaram dando o sermão da perca de objectos, dos “perdidos e achados”. Tinha que ter olhos a dobrar e atenção triplicada, para esta cabeça no ar não fazer nenhuma asneirada.
Passados 15 minutos, obeservei os meus “amigos” a chegar. Num passo alegre e apressado, como se faz no metro à hora de ponta para ir para casa, aproximei-me deles, com o visível entusiasmo estampado no rosto. Falámos brevemente de viagens, locais e até do filme dos “10 Mandamentos” que nunca vi..Pois, isto está atrasado de novo, não é verdade? Uma pessoa tem que arranjar tema de conversa, melhor, tem de conversar, para não ficar ali parado.
Finalmente, eram umas 15:40 quando a porta abriu e os passageiros começaram a dar os seus bilhetes para se dirigirem para uma nova porta de saída e descoberta: o voo 8010 da Lotus Air. Confesso que estava um pouco céptica em relação à qualidade do voo. Tinha lido na Internet umas críticas muito negativas em relação ao serviço da companhia aérea, nomeadamente, a comida. Mas nada disso aconteceu. Pelo contrário, o serviço foi bastante satisfatório e os hospedeiros eram muito simpáticos. A comida? Foi das melhores refeições que comi num avião.
Rewind. Instalámo-no no avião. Eu fiquei sentada no lugar 13d, acho eu. Mesmo por cima da asa do avião, perto de uma porta de emergência central. Ao meu lado estava um casal de senhores de meia idade, muito simpáticos, com quem estabeleci logo uma relação de um grande à vontade. Engraçado, a senhora tinha o mesmo nome da minha mãe e até me ofereceu um rebuçado. Tinham vindo pela Inatel mas, pelo que eu descobri na altura, iam ficar alojados nos mesmos sítios que eu e iam fazer exactamente o mesmo circuito. Havia várias agências envolvidas como a TuriRamos e a ClubTour mas a Grantur era a operadora, funcionava para todos. O que eu ai desconhecia é que esse casal viria a fazer parte do mesmo grupo que eu, com a mesma guia.
Rewind. 16:00. O avião descolou suavemente. Cinco horas de avião que iriam custar a passar se não tivesse que fazer. Falava durante algum tempo com o casal ao meu lado e depois, levantava-me para falar com o outro casal do Porto. Aos poucos e poucos, as pessoas formavam grupinhos, metiam conversa, perguntavam nomes e falavam de viagens passadas. Ia-se formamdo alguma coesão e, o ambiente propício para o decorrer de uma viagem sem sobressaltos e tranquila, estabelecia-se. Contudo, havia sempre uma ou duas pessoas que permaneciam isoladas..Afinal, ainda nem se tinha dado o início dessa aventura..
A metade da viagem, veio a refeição. “Chicken or Beef?” pergunta a hospedeira, naquele inglês arabesco. (Os comunicados do capitão não se tinham feito perceber. Muita gente não percebia inglês, felizmente, eu conseguia perceber metade do que eles diziam, se tivesse sorte..) Satisfeita, escolho o “Beef” e, apesar de ser um rectângulo pequenito, a comida quente, da qual saía um fio de fumo visível, era saborosa. Queijinho triângular, pãozinho pequeno e redondo, uma fatia de tarte de chocolate muito rija, sal, pimenta, açúcar: compunham a travessa alimentar. Guardei alguma dessas coisas para recordação..Nunca se sabe.
A ansiedade crescia para sair daquele avião e pisar, finalmente, depois de um dia intenso, solo egípcio. Conversei com muita gente e, especialmente, com o hospedeiro que me falou da vida egípcia e do trânsito caótico nas ruas agitadas de Cairo com os seus míseros 17 milhões de habitantes. Se formos ver bem..O que é isso?
A viagem estava perto do fim e o início desta nova vida iria começar. Aterragem muito muito boa, mal se sentiu. Esperei pelo casal do Porto para sair e, mal passei pela porta do avião, senti um bafo de calor, forte. Eram 23 horas e estavam à volta de 33 graus. Quentinho, hãn? Luxor. O aeroporto era pobre em infra-estruturas, rendia-se ao simples facto de ser uma data de tendas amontoadas com alguns aparelhos tecnológicos no interior, de uma outra era, pelo menos. Meto-me na fila para sair dali para fora. O representante da Grantur divide o enorme grupo de 140 pessoas do avião, em 4 grupos, conforme as agências. “Autocarro 4”, diz o egípcio a sorrir, depois de verificar a minha documentação. Passo por outra cabine de controle onde ouço “very beautiful”. Sorrio. Chego até ao tapete, esperando ver a minha malinha das rodinhas azul que nunca mais chegava. Ei-la, por fim. Estico-me para a ir buscar mas um egípcio, nas suas vestes escuras e sujas, chega primeiro que eu, retirando-a do tapete. Ingénua, agradeço mas logo observo o estender da mão dele perante os meus olhos, pedindo esmola. Pensei “Os gajos do livro tinham razão.” Mal tinha chegado e já pedem dinheiro. Os guias da American Express são bons, nesse aspecto já estava avisada. Não sabia é que ia acontecer tão cedo.
Despeço-me do aeroporto em direcção à camioneta 4, onde conheço a minha guia, Hanan. Este é o nome verdadeiro, o seu nome egípcio. Só que para facilitar as hostilidades, disse para nos chamar Ana. Nome simpático. Gordinha, baixinha, pachorrenta, a minha guia ia acompanhar um grupo composto, sensivelmente, por 20 e poucas pessoas, nas quais estavam três raparigas do Porto, muito amigas, com quem tomei contacto imediato, mal entrei na camioneta. Lá estaria também o casal que veio ao meu lado no avião e uma série de pessoas que iria conhecer melhor, nos dias seguintes. Engraçado, a maioria das pessoas que foram nesta viagem eram mesmo do Norte. Coincidência.
Arranca o autocarro e a guia vai falando, num português muito perceptível, das nossas actividades do dia a seguir e do levantar às 5 da manhã para tomar o pequeno almoço. Isto sabendo que já ia para a meia noite. Lindo, Lara. “Família”, era assim que a Ana nos chamava. Aliás, era “Famíiliaa”. Isto porque íamos passar uma semana juntos, íamos conhecer o Egipto juntos. Olho pela janela da camioneta, tentando conhecer e assimilar o que se passava à mnha frente. Não via muito porque a iluminação também era fraca mas..Um café com homens a fumar cachimbo de água. Pessoas a verem televisão na rua. Tudo com um ar muito pobre, muito simples, muito modesto. Via-se uma palmeira ou outra de vez em quando. Durante este trajecto de 45 minutos até ao barco, a minha casa nos próximos 4 dias, senti-me bem por finalmente estar onde ansiava há anos e, especialmente, nos últimos meses. O que via naquele exacto momento era tudo o que procurava ver: um novo mundo, longe e afastado do meu, completo e incompleto, enigmático nas suas descobertas. Estava num sítio tão diferente do meu, que me sentia outra pessoa, mais feliz. É isto.
A camioneta pára. Saímos e avisto do meu lado direito, o rio Nilo. O cais está repleto de barcos e paquetes encostados, todos em filinha indiana, à costa. Vejo, de imediato, vários polícias do turismo, de farda branca com botões dourados, espingarda ao ombro e botas pretas. “Ok, polícias e segurança não falta. Hoje não morro.” Descemos umas escadarias meio íngremes e, após um incidente com uma senhora que escorregou e torceu o pé, avistámos o nosso barquinho.
“Beau Rivage”. Eu já conhecia o nome. O rapaz do aeroporto informou-nos e também já tinha visto fotos na Internet. Mas nenhuma foto substitui o prazer de se ter algo diante dos olhos. Era uma espécie de paquete. Não era grande, mas também não era pequenino. Afinal, se alojava mais de 100 pessoas teria de ter alguns quartos. Passámos para o barco, subindo uma tábua com corrimões e à entrada, os empregados, todos vestidinhos com uma farda verde com botões dourados, iam cumprimentando as pessoas. Simpáticos com o seu “Bonsoir”, iam indicando as escadas para descer ao piso inferior, para o qual também me dirigi. Mas antes disso, desfrutei do interior do barco. Já alguém dizia que fazia lembrar o Titanic e, de facto, há um toque qualquer. Será talvez pelo tecto que tinha um vitral lindíssimo com flores e muitas cores. O chão era aos quadrados e as cores dominantes da decoração eram o verde com um vermelho morto.
Parei para apreciar o luxo do barco e pensei “Uau..é aqui que vou ficar então..”. E segui os outros, para o piso de baixo, não sabendo bem o que me esperava...
“Madame,. s’il vous plâit”. Desci as escadas. A excitação do novo e fantástico estava bem presente naquele barco. Cheguei ao piso inferior e vi uma porta, uma entrada. Ao lado havia uma inscrição a dizer qualquer coisa como “Restaurant”.
Comecei a pensar que talvez o rapaz da Grantur no aeroporto não estaria lá muito bem informado, ou talvez, ou seus superiores.
Entrei e dei por mim com um espectáculo de pratos e travessas cheias de comida, uma festa para os meus olhos e para o meu estômago. Afinal sempre havia jantar. Do lado esquerdo da entrada, estava um balcão, um “buffet” com vários tipos de pratos onde podíamos tirar o que quiséssemos e a quantidade que quiséssemos. A sala era enorme e tinha inúmeras mesas. Escolhíamos a mesa e o lugar, ficando marcados para o resto dos dias. Sentei-me com as raparigas do Porto numa mesa, onde os nossos lugares eram dois grandes e confortáveis sofás verdes com outros tons. Que confortável.
Depois de comer e cumprimentar algumas pessoas, dirigi-me à recepção, de onde me levaram ao meu quarto. 333. Número giro hãn?
Comecei a pensar que talvez o rapaz da Grantur no aeroporto não estaria lá muito bem informado, ou talvez, ou seus superiores.
Entrei e dei por mim com um espectáculo de pratos e travessas cheias de comida, uma festa para os meus olhos e para o meu estômago. Afinal sempre havia jantar. Do lado esquerdo da entrada, estava um balcão, um “buffet” com vários tipos de pratos onde podíamos tirar o que quiséssemos e a quantidade que quiséssemos. A sala era enorme e tinha inúmeras mesas. Escolhíamos a mesa e o lugar, ficando marcados para o resto dos dias. Sentei-me com as raparigas do Porto numa mesa, onde os nossos lugares eram dois grandes e confortáveis sofás verdes com outros tons. Que confortável.
Depois de comer e cumprimentar algumas pessoas, dirigi-me à recepção, de onde me levaram ao meu quarto. 333. Número giro hãn?
Subo as escadas. Sigo o empregado que leva a minha malinha mágica com rodinhas. O corredor é estreito e comprido. O meu quarto é o último de todos. As raparigas do Porto ficam ali perto de mim. Entro no quarto e respiro de alívio, se bem que acho um desperdício ter de deitar as sandochas suplentes fora.Mas melhor assim, não é? Não correu nada mal.
Olho o quarto. As duas camas de solteiro, a televisão em cima de uma cómoda, a janela, a pequenina casa de banho.Tomo um duche demorado, pois a pressão da água é muito fraca e não aquece. Ou então, fica mesmo quente. Preparo o básico para o dia a seguir e enfio-me na cama, com um sorriso no rosto e a sede de viver uma outra vida, num outro e belo lugar..
Roinnnnn..Roinnnn..Roinnnn...
Bolas! Não consigo dormir...Eram duas e tal da manhã. Ia-me levantar antes das 5. Iria dormir tendo o barulho das máquinas a chatear-me o tempo todo?..Saí do quarto e fui até ao corredor. “Ok, o barulho lá fora é o mesmo que dentro do quarto.” Fui à janela e vi um polícia sentado à beira rio, de costas para mim. Sorri e voltei para a cama. Fechei os olhos e acomodei a cabeça à almofada baixinha..hum...
Roinnnnn..Roinnnnn..Roinnnnn..
“Caraças!!!!!”
Olho o quarto. As duas camas de solteiro, a televisão em cima de uma cómoda, a janela, a pequenina casa de banho.Tomo um duche demorado, pois a pressão da água é muito fraca e não aquece. Ou então, fica mesmo quente. Preparo o básico para o dia a seguir e enfio-me na cama, com um sorriso no rosto e a sede de viver uma outra vida, num outro e belo lugar..
Roinnnnn..Roinnnn..Roinnnn...
Bolas! Não consigo dormir...Eram duas e tal da manhã. Ia-me levantar antes das 5. Iria dormir tendo o barulho das máquinas a chatear-me o tempo todo?..Saí do quarto e fui até ao corredor. “Ok, o barulho lá fora é o mesmo que dentro do quarto.” Fui à janela e vi um polícia sentado à beira rio, de costas para mim. Sorri e voltei para a cama. Fechei os olhos e acomodei a cabeça à almofada baixinha..hum...
Roinnnnn..Roinnnnn..Roinnnnn..
“Caraças!!!!!”
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