janeiro 30, 2005

Retrocessos, Avanços & Cª Limitada.

Já lá vão dois meses e meio desde que eu deixei aqui uma palavrinha de sinal e consolo para quem ler isto. Wherever, whener, whatever.
É impossível sintetizar o meu estado de espírito nestas largas semanas, mas posso-vos dizer que não foram fáceis [como de costume, nesta época em que os sentimentos de referência e saudade do passado se fundem e misturam com expectativas longínquas].
Depois de falhar as minhas expectactivas como aluna na universidade, não conseguindo chegar ao nível do semestre anterior, vi-me envolvida em narrativas complexas, cujos protagonistas iam rodando, tendo sempre uma ligação estritamente forte com a minha pessoa. Isto pode parecer chinês mas é muito simples. Na jornada da vida, há pequenas histórias, há pequenas coisinhas e pormenorzinhos que nos dizem algo mesmo que não saibamos porquê. Podemos não conhecer, e até não entender o porquê disso mas afecta-nos. Ou seja..Pessoas, palavras, sussurros, mensagens, cores, ventos, materiais: tudo nos atinge, de que maneira fôr e ninguém é imune a uma rotina que se produz e progride numa escala virtiginosa de sensações que nos assombram, como se fossem irrucusáveis e inefáveis. "Inefáveis". Adoro esta palavra.
Isto tudo para explicar que, se num dia pensava num objectivo, numa coisa que me afectava, me fazia gastar energia, tempo, dinheiro e ganhar uma ruguita ou outra, noutro dia, as imagens que me assolavam o espírito tinham como epicentro algo distinto. E as histórias da minha vida multiplicavam-se, ora somnado-se a derrotas, ora reforçando o orgulho de espírito proeminente e único.
Este meu filme teve picos, alternativas a coisas que rejeitava, voltando a uma coisa, passando por outra, riscando outra já conhecida, regressando, por vezes, a um início ousado. Eu gosto do risco, de me exceder, do proibido, de ir por onde não devo, de desafiar os meus limites. Mas isso...acarreta inteligência muitas vezes.
Veio o Natal e uma calma surgiu. Mesmo com o frio e alguma passividade, parei no tempo e espaço, tentando aproveitar uma noite cujos desafios eram, praticamente, nulos, um obstáculo à minha imaginação, representando o meu papel esperado e desejado, em camisolas, cachecóis e outros acessórios rejeitados pelo meu corpo e alma, afincados com calor.
Os dias da passagem de ano foram interessantes, com uma nova história de protagonistas e teias, onde os cajús, a oferta de uma rosa, o frango frito e o karaoke da ps2 marcaram esta cena, desprovido de censura ou perigos, mesmo havendo algo inconscientemente, marcadamente pressionável.
As duas semanas seguintes foram de alguma confusão, de alguma estranheza, num tempo que fugia perante a minha vontade. Acabo de perceber que falta pouco mais de uma semana para voltar ao activo e preciso de sensações. Fortes. Carpe Diem, amigos. Voltarei. L.