novembro 16, 2004

"..Cigarettes & Chocolate Milk.."


"...Olhos de vidro, pensamentos cruzados e lugares marcados.."

Sala de computadores nas maravilhosas e avançadas instalações da minha, quase, segunda casa.
Queria escrever alguma coisa para me descrever o eu estado de espírito, dado que no domingo pouco fiz de produtivo para além de criar a Joana [incrível, em horas a miúda passou de bébé a cachopa de 6,7 anos] e ontem não cheguei a escrever..
Passei o dia todo fora de casa. Infelizmente, de manhã tive o obséquio de ficar retida no Metropolitano de Lisboa [que pomposo..], acabando por faltar à 1ª parte da aula de ACT. Para mal dos meus pecados, o "senhor" não me tirou a falta..
O resto do dia foi normal e tranquilo: passear por sítios conhecidos, vislumbrar rostos familiares e pouco esquecidos, vozes berrantes e ríspidas, piadas secas, hálitos de tabaco e muitas camisas "Sacoor" de cores e sabores. Mais cores e sabores.
Tenho de ir. Volto logo. L.



novembro 14, 2004

"Challenge everything.."

E assim passou mais uma fim-de-semana. Alegria, alegria.
Ontem fui a Lx. Teve de ser..apesar da vontade de ficar na cama a dormitar o dia todo, ser maior que tudo..O dever chama e aqui a vossa Super Heroína das arábias, depois de um almoço recheado e calórico na P.H. com o T. , percorreu uma boa parte de lisboa em busca dos livros perdidos..[dejá vú, isto faz-me lembrar qualquer coisa..será o Indiana Jones?..]
Não sei de onde o E.C.T. desencantou aquilo mas nem na Fnac havia uma única referência.
O esquadrão dispersou e mais um dia passou. Pouca produtividade, na realidade. Devo confessar.
O dia de hoje, com o seu frio azul, de um céu que rasgava as pálpebras, pouco convidava para actividades extra-caseiras. Como acordei com a garganta arranhada, vinguei-me da semana passada e gastei umas horas a jogar "Sims 2". Joguei tanto que me fartei completamente. E agora cá estou, amigos. Com pena de um fim-de-semana ter ido...Mas feliz por mais uma semana começar..E vai-se lá saber porquê..."..I'm a hunter..." L.

novembro 13, 2004

"Homem de casaco de ouro e olhos cortantes.."

"..Sweet Friday.."

Acabei de reler o meu último post, publicado, exactamente, há duas semanas. Devo dizer que o espírito derrotista dos primeiros parágrafos me deixou espantada. Eu própria já não me reconhecia. Será que quem escreveu aquele post foi uma exteriorização de uma das minhas personalidades? Naaaaaa. Isto de se ser temperamental e ter grandes picos emocionais, é mau. Dá trabalho e afasta as pessoas. Por isso, o meu lema hoje é "Carpe Diem". Aproveitar a vida.
O pessimismo daquelas linhas morreu ali, neste momento nada vale a minha melancolia.
Amigos, sejam loucos, sejam verdadeiramente loucos. Cruzem os vossos pensamentos, vivam ao segundo, ouçam A música 309093083298 vezes até se fartarem, não restringem as vossas vontades. Saboreiem cada onda, cada sabor de vento..Err..é preciso é não se afogarem e dosear o piri-piri..O dia de hoje foi bonito, com o céu azul, o frio de um doce inverno que nos obriga a recolher no calor de um cachecol fofinho. Mas quero retomar, quero falar das minhas duas últimas semanas.
"..You give me power, You give me reason..Will You Love Me?..Time Only Knows.."
Devido ao fim-de-semana prolongado, tal como tinha dito, abalei com a comitiva genética para P.C. No litoral alentejano, iria passar belos dias de emoção...virtual. Exacto, isso mesmo.
O T. foi connosco e explorou todo o meu material tecnológico até ao último instante. Sugou tudo, até ao último segundo. Não lhe deram caramelos quando era pequenino. É o que dá.
A chuva foi presente e, a preguiça de um amasso "sofaiano" e com base em entretenimento descontrolado, fez com que eu ligasse a minha PS2 e gastasse parte da pele dos dedos, a percorrer um percurso imaginário num mundo bem distante do meu. Pois..é que já não se vê homens daqueles, com uma bela cicatriz na sobrancelha, voz melosa com british accent e uma espada no punho, disposto a matar todos os monstros e a salvar uma donzela.. [Ya, pois. Buéé. Pixeis..]
O mundo medieval da Pérsia, num extraordinário complexo cinemático que capta todos os nossos sentidos, faz-nos esquecer do mundo lá fora, num sentido positivo, fazendo-nos fazer pensar mais em como derrotar 20 monstros de areia seguidos, do que nos problemas de cirrose política do nosso seboso 1º primeiro-ministro. [Sem ofensa..mas aquele cabelo..parece que foi embebido em óleo..]
Os efeitos extraordinários do "Prince of Persia: The Sands of Time" fazem com que possamos sentir-nos na pele de um protagonista de uma produção fabulosa de Hollywood. Uma excelente história com pormenores gráficos e visuais muito realistas, completos com toda uma sonorização para além do que se pode chamar "à frente". Aquilo ultrapassa os sonhos da nossa realidade. [ui..será que estou a exagerar?] Desde a extraordinária banda sonora, com génese na música do Médio Oriente, com escalas melódicas e meios-tons, num misto de guitarradas electrizantes, durante os minutos que enfrentemos três monstros, numa aflição viciante, passando por uma rica composição e elaboração das personagens e so seu comportamento inter e intra pessoal, até aos momentos cinemáticos do jogo, que lembram uma película do cinema, na qual seguimos, atentamente, com um único fundamento: o prazer do self.
E assim foi. O brinquedo foi utilizado e lá me ia entretanto a brincar com o T. virtual nos "Sims 2", fazendo com que a mulher se tornasse lésbica, mesmo diante dos seus olhos. Em poucas horas de jogo, ela traíu-o, morreu queimada num incêndio na cozinha e ele, ao ficar sozinho, não aguentou a presença do fantasma dela na casa, acabando por ser levado pela morte, devido à falta de energia. "Lesbiana". AhAh..
Posto isto..Contagiei mais uma pessoa pelo misticismo do Médio Oriente. Mas quando digo que contagiei, bota carradas de bué para cima disso. Agora a meta é esperar pelo lançamento da sequela, "Prince of Persia: Warrior Within". Passados oito anos do enredo de "Sands of Time", o ambiente é totalmente dark, com um grafismo assente no binómio negro/vermelho. Aqui já é permitida a maior das violências com decapitações, torcidações, e outros reflexos atacantes lembrando os esguichos de sangue de Quentin Tarantino, sempre com a possibilidade de controlar o tempo na aventura. Eu adoro é o rewind. Podemos morrer à vontade..Sempre se pode recuar 10 segundos no tempo, se houver areia para isso...Qualquer dia penso em vender cópias piratas dos meus cd's da Tunísia e de música oriental para a Feira da Ladra..Ia ser muito IN, um show!!Lol..
Kakalukia..[descobrir o que isto é, é um bom desafio..] 4 dias, 2 jogos e polegares esmagados..
"...And I'm a Hunter.."
Depois de viver noutra dimensão, o trambulhão foi duro. Com o 1º teste de S.C. à vista, a vontade era quase inventada. Basicamente, só me lembrava disso quando chegava à faculdade e via toda a gente a abanar as folhas [já todas sublinhadas de cores berrantes, reparem na eficácia..]. A minha consciência acordava por instantes e até podia sentir uma ligeira vontade de vislumbrar as folhas mas quando saía do campus universitário, entrava na minha dimensão que excluía o queimar de células cerebrais à custa de teorias milenares agonizantes.
Apreciei as viagens de comboio, as conversas, um momento que fica na história como insignifcante mas que, na realidade, é mais constante na minha vida do que tudo o resto.
Os dias passavam e algo mudava. Há sempre personagens inesperadas em qualquer história e como dizem que "A Arte imita a Vida"..
"..Ai Azulão, Azulão companheiro..Vai..."
E mais uma vez, fui passar o fim-de-semana fora. No sábado fui ao CCB ver um concerto de canto, de música brasileira. Deu para conhecer pessoas e apreciar música, feita live por uma fabulosa cantora [de cabeleira farfalhuda morena e de vestuária pirosa, com um azulão forte que condizia com o título de uma peça de reportório] e uma pianista, desenvencilhada e dinâmica, numa negritude que se confundia com o pano de fundo. Com chamas nos dedos, as notas saltavam e, quando não era assim, sentia-se um íman com o piano, sentia-se paixão e amor pela arte. Mesmo não tendo o hábito de observar mais iniciativas destas, fiquei sensibilizada..O engraçado é chegar a um ponto em que não se ouve a música..nem se percebe o que ali vai.
Mas, de algum modo, aquela música nos remete para a nossa vida, estabelece uma ligação entre imagens zapping e o que se sente ou já sentiu. A música exprime emoções, salta qualquer coisa ali que nos faz lembrar sempre algo, ocorrido na nossa vida, porque música é a vida. A vida faz-se de expressão e a música também. É esse o brilho da música. Fascinante.
Vídeos..Fotos..Alguma televisão..Lá se passou esse fim-de-semana, onde chegada ao C.S. escutava os sons de um domingo triste e enublado e previa os fumos de um futuro agitado.
"..Tabelas de horários, linhas de carris e 106.."
O teste. Tornou-se uma realidade à qual não consegui mais fugir, nem evitar. Nesta segunda, já toda a gente tinha lido tudo, pelo menos, uma vez..E eu que tinha lida escassas páginas. Estar na faculdade era tortuoso e quanto mais falavam disso, menos vontade tinha de estar ali. Miséria.
Com a 1ª prova de avaliação na quinta, comecei a sublinhar, a ler, passando um par de noites a fazer serão com os apontamentos, contando as folhas que faltavam para me despachar.
O escape continuava a ser a viagem diária para casa, onde o frio das noites de Outono e o cheiro das castanhas de São Martinho me levavam a correr pelas escadas perigosas do metropolitano, procurando sinais de algo que já vira e gostara. Encontrei esses sinais e a cinética da linguagem fez-me sorrir de novo, sorrir, esquecendo a minha responsabilidade académida, ao som de Björk.
Olhar fulminante, numa inteligência dura física. Olhar duro e cortante, na sua figura. Um carro a passar, acompanhado de um vislumbre. Roçar de mini saia num motor poluente e um foco de luz a querer iluminar um sorriso escondido. Olhar baixo de cera, uma saída desprezada e um virar para trás..Aliás, dois..Um arrancar na 106, sob o sinal de stop após uma dedada que pisca em mim..
O teste lá foi e fez-se. Fico feliz porque já passou e agora estou de novo num fim-de-semana. Tenho trabalho de grupo para a disciplina do tão fofinho Eduardo Cintra Torres [ya, pois..bués].
Voltarei..
L.