julho 28, 2005

"It's a Grey Day.."

" Ah e tal..porque o metro não funciona.."
Estou estoirada e confusa. Que dia. Foi o meu terceiro dia do WorkShop e estou cada vez mais cansada, fisicamente. Saí de casa atrasada, numa paisagem nublada e cinzenta. As pernas doíam-me, a barriga enrijecida fazia-me sentir aquele amanso físico de nada fazer e apenas permanecer no meu lugar, dentro do comboio, a olhar p janela. Ver a paisagem do mar e da ponte ao fundo, ouvir a "Sunshine". Pensar em ti..
Nunca mais chegava ao Colombo, mas ainda consegui trocar meia dúzia de palavras com aquele charmoso rapaz.
A aula de dança do ventre não fugiu à regra, metendo a coreografia para o espectáculo de Sábado, no Santiago Alquimista, muito suor e muitas dores..
Não me apetece escrever. Estou demasiado cansada. Voltarei. L.
" Always Believe.."

julho 26, 2005

" O regresso ao meu amado Egipto.."

"..3, 4, 5, 6..deixa o corpo fluir. Tu sente, tu deixa ir a natureza do corpo."
Hoje as minhas férias irma ser diferentes. A rotina do "levanta", "finge que come" e "sai dec asa depois do almoço para superar o tédio" ia ser quebrada e com ela vinha um novo desafio que aqui a vossa amiga sempre quis cumprir. O WorkShop de Dança Oriental no CCB com o egípcio conceituado, Mohammed ElMasseri, professor no Ateneu de Lisboa e conhecedor destes negócios há quase 20 anos.
Tendo em conta os últimos episódios conturbados da minha vida, onde o desporto não tem tomado um papel muito relevante, eu sabia que este WorkShop de uma semana (das 17 as 18 e meia e das 20 e 30 as 22...puxadote, hãn?) iria melhorar o meu estar físico e psicológico. Afinal, para quem não saiba, praticar a dança do ventre melhora a postura feminina, aumenta o bem estar enquanto mulher e dá mais sensualidade. O que iria ser óptimo..Além disso, sempre adorei praticar dança do ventre..Via o "Clone" e pronto..é o que dá, punha-me a abanar a anca no quarto ao som de "Habibi". Pode parecer foleiro, mas não é.
E foi precisamente com essa música que o WorkShop começou. Vocês não têm noção do que eu suei. A S. também foi comigo, mas estava atrás de mim e eu nem sempre a conseguia vislumbrar. O local era um típico sítio de ensaios de dança, com espelhos de um lado e o elegante egípcio com as suas roupas arrojadas: uma camisa vermelha com folhos e umas calças pretas com o lenço na cintura, cor de laranja. Havia imensa gente já conhecida dele, alunas, gajas com vestidos e fatos lindíssimos. Compridos, com muitos lenços de muitas cores. Bastava um ligeiro abanar e o "tchiqui tchiqui" das moedinhas infinitas, fazia-se ouvir. Fiquei impressionada.
Após uma pausa de duas horas, voltei a outra aula intensa de hora e meia. Desta vez não suei que nem uma cavala, a S. não estava comigo e fiquei alguns minutos sozinha antes da aula começar.
Aquela música a entoar na sala, o suor a escorrer pelas pernas abaixo, o tlim das modeinhas douradas dos meus lenços pretos..Tudo convergia para uma direcção de bem estar e segurança, com a fluidez daqueles movimentos sensuais onde as ancas, a barriga e os braços trabalhavam naturalmente. "Deixem o sentimento sair", dizia o moreno professor. À minha frente estavam as experientes alunas dele, que já deviam saber todos os passos de côr. E eu, continuei a olhar para o espelho, tal como o sabido egípcio sugeria, deixando o sentimento sair e sorrindo sempre para um futuro próspero e saudável, na esperança de algo novo surgir. Podem achar isto lamechas, mas foi o que senti naquelas horas em que lá estive. Longe de tudo e de todos, apenas livre nos movimentos dos passos daquela sensualidade, rebolando pelo chão, sujando o pé nu e calejado, molhando a ponto dos cabelos ruivos com a humidade das costas lisas.
E, passado as horas de libertação, caminhei para o comboio, o caminho para a exteriorização de 1000 pensamentos perdidos..
" Salamaleikum.."

julho 23, 2005

Princesa

" Daquele estrato ela desceu, com as mãos pequenas e frágeis, numa doce agonia de viver, transparecida pelo aveludado contorno dos lábios. E sorriu, para mim, num brilho de viver, vezes em conta, naquele chão fora de si, fora do seu alcance."
S.
Quando a conheci, simpatizei logo com ela. Pequenina e cheinha, na altura. Cabelo mt escuro e uns olhos enormes, como bulotas que brilhavam a distância, enfeitadas com longas pestanas. Um sorriso terno e rasgado, vestido por dentinhos brancos e direitos. Uma doce rapariga, enérgica e ingénua, parecendo muito mais nova do que é.
Hoje em dia, após vários anos de ligeira convivência, essa rapariga representa muito mais do que uma figura obrigatória para mim.
Via-a muitas vezes a descer aqueles escadarias, de olhos inchados, sempre a fugir, com o medo estampado naquela expressão miudinha. Não entendia porque tinha aquele comportamento: dois grandes olhos que falavam por si, mas que se reprimiam numa prisão de sentimentos mistos e agonizantes. Eu via que ela não andava bem, queria ajudá-la mas não era fácil.
O tempo passou e ela não se soltava. A Princesa lá andava, murcha como muitas flores que não apanhavam raios solares, nem eram lavadas com a pureza da terra. Perdeu peso, esmoreceu-se naquela prisão, onde apenas um dragão a protegia da beleza da realidade, não sabendo qual o caminho tomar para atingir a sua meta. Nem que meta seguiria.
Doce Princesa.
Caminha, vagarosamente, naquele esguio de corpo, pelas ruas sujas da cidade, brilhando vagamente por cada esquina cruzada, bafejando o ar de um aroma doce. Os cabelos cor de fogo, avolumam a atmosfera, decoram as copas das árvores doentes que rodeiam os citadinos. O sorriso honesto e devorador de partículas de música dirigi-se a mim e, de olhos bem meigos e atenção afiada, ela contempla-me a abraça-me como se aquele fosse o último momento, ainda para nascer, na esfera do Universo.
Bela Princesa. O seu instinto abraça-me e fortalece-me. Beija-me as feridas no coração e muda as ligaduras das lágrimas ensaguentadas, fortes na sua direcção. Afaga-me os longos cabelos, vendo neles um brilho furtado, enche as minhas órbitas com novas percpectivas e visões. Ela é sangue do meu sangue, é minha parente em tudo. Inseparáveis.
Princesa.
" É hoje que falo de ti no blog!!! Vou-te dedicar um post!! Adoro-te!"

julho 21, 2005

A Guerra da Chacha

"Não se armem em porcas..Devem pensar que são muito boas.."
Ouço "Eurochild".
Hoje fui com a minha irmãzinha S. ver a "Guerra dos Mundos". Fiquei desiludida. Adorei a primeira parte do filme, aliás, aqueles minutos em que a máquina surge do solo. Excelentes, brutais efeitos especiais, com algum suspensa bem conseguido. Nesse aspecto, é 5 estrelas. Mas depois disso, pouca inovação retirei daquele filme, pouco dinamismo. Era sempre a mesma tanga: o Tom Cruise a fugir com a histérica da filha - muito gira e expressiva também, por sinal - e, milagrosamente, estava sempre na altura certa e no momento certo. Pois. De que forma é que se explica que o bonzão nunca se tenha ferido? Nem um arranhão..Ok, mentira. Tinha um arracanhão na sobrancelha. Mas isso, segundo os estudos e gostos mais recentes, acaba por ser considerado algo sexy. Por isso, tassee. Tirando isso, nada de novo acrescentou, porque a história era fraca. Contudo, não deixa de ser um bom filme e bem concebido. Steven Spielberg é aquela base, como todos nós sabemos.
O que é realmente divertido e giro, foi a história que se passou nas bilheteiras. AhAhAh....hilariante, meus amores!! [Mudei para a "Protection"..] Estávamos prestes a chegar a cabine com aquela simpática senhora de óculos e cabelo escuro escorrido, quando a cabina ao lado, ficou livre e eu apressei-me a ir para lá. Atrás de nós, estavam dois fedelhos, que não tinham mais de 12 anos. Provavelmente, nem tinham pelos púbicos, coitadinhos. Tadiiiinhos. Eu fui à cabina do lado, mas a senhora balofa com a juba encaracolada loira baça disse "Esta cabina é para esta fila..Você estava na outra fila". Gentilmente, recuei e voltei para o lugar onde estava e aí...o imprevisível e o não natural aconteceu. Aquele macaco amestrado, de orelhas de banda, sobrancelhas à Álvaro Cunhal e cabelinho à fodasse, começou a acusar-nos de os ter passado à frente. Vejam-me só isto. A s. passou-se logo, a berrar com os fedelhos, enquanto eles nos diziam que éramos porcas e vacas. E que tínhamos a mania. Pedi os bilhetes normalmente, ignorei aquela pequenea de dois fedelhos que há cinco minutos atrás falavam de soutiens e agora queriam se afirmar como os novos símbolos da masculinidade desta geração plástica do século XXI. Autênticos machões. AhAhAh...Que vontade me deu de rir...Uma comunicação pouco amigável. Ainda nos mandaram calar. Axei..a situação ridícula.
"São terroristas?"

julho 20, 2005

"Atenção, Senhores Passageiros, a circulação encontra-se interrompida pelo seguinte motivo: acidente com peão. É favor não forçar as portas."

"Não estou disponível. Ponto."
Tchaikovsky.
Ontem fui ao cinema. Já ando para ver a "Guerra dos Mundos" há algum tempo, mas a oportunidade nunca mais surge e como estava com o D. a circular, naqueles belos e saudáveis ares do Colombo, decidimos ir ao cinema ver qualquer coisa. Já agora, não pensava em certas e determinadas coisas que me consomem o espírito como ver as fuças do meu vizinho de baixo a bater-me à porta, em plena hora de morfes, a dizer que a minha voz se eleva até às profundezas das suas infernais cavernas secretas. Pff..É claro que isto não me incomoda, pevas nenhuma, mas também não estavam à espera que revelasse já tudo, pois não?
Como não havia grande escolha, fomos ver o Papão, aliás, "Quem tem medo do Papão?". Uma boa tradução, definitivamente, quando o título original é só "BoogeyMan". Boa escolha. "Yo, chefeeee..vai uma dose de boa tradução na universidade nova!". De facto, achei o filme bastante razoável, já que o suspense estava bastante bem condimentado e apimentado. A imprevisibilidade era alguma, não sabendo ao certo o que ia acontecer, porque com aquele fulano podia acontecer tudo: desde cair as calças e ver-se as ceroulas cor de rosa choque que a empregada lhe tinha oferecido nos seus seus ingénuos 16 anos, até ficar encurralado na escuridão. Já sabemos que neste tipo de filmes de terror moderno (sim, n há como o "Shining" ou algo do género para nos arrepiarmos numa sexta feira 13) o que realmente funciona são os tipos de planos utilizados e a banda sonora. Imagem e som completam-se, fundem-se e para que o clima do inesperado cresça, devem funcionar mutuamente e alimentar a outra, sucessivamente. (Coisa estranha..Desculpem mas tive um Dejá Vu agora..Scary..tava a escrever a frase e tive a certeza que já tinha visto isto antes...)
Por conseguinte, ainda me assustei duas vezes, nomeadamente na cena em que o gajo tá a conduzir, muito bem, não havendo qualquer indício de proximidade de perigo, com uma música manhosa e dissonante e irritante, e, bate um corvo enorme contra o vidro e ainda é quase esmagado por uma camião que vinha de frente. Não quero "spoiler" mas de certeza que não devem querer ver este filme..Mas hey, sempre podem alugar numa daquelas noites de Inverno, com muito vento, chuva e uma companhia bem aterradora, para acabarem por fugir dali para fora. Ahahahah..Não esquecer as pipocas.
Contudo, ontem uma pessoa atirou-se para a linha do comboio, nomeadamente em Belém, porque a minha cara progenitora liga-me e informa-me do sucedido. Aliás, foi uma senhora que se atirou em Belém e que estava mesmo por debaixo da carruagem onde a minha informadora se situava. Ainda fiquei parada mais de 15 minutos em Caxias, por certamente estas coisas demoram. E é incrível, observar as reacções mais inesperadas destes seres que andam connosco no dia-a-dia..(aliás, andam que nem Zombies). Uma pessoa acaba de perder a vida, por razões que desconhecemos, poderão ser as mais ridículas, Mas a preocupação das pessoas é só o tempo que ali perdem, e o dinheiro que gastaram no bilhete. Certo.. Compreendo, também gasto dinheiro no passe, que não é nada barato, mas perante tal situação, só penso na vida daquela pessoa e nos motivos que teria tido para fazer tal coisa. Um acto total de desespero. E ao mesmo tempo de coragem. Em toda a minha vida, já senti esse desespero. Mas com as oportunidades que a vida nos dá, transformei esse desespero no inesperado e tudo se tornou muito mais surpreendente.
Voltarei, meus amores. L.
"Paguei o bilhete e agora é isto.."

julho 17, 2005

Sunshine..

"..Obrigado.."
Neste momento estou a ouvir uma música muito relaxante, de Jazz. Sinto-me inebriada, meio dormente e, ao mesmo tempo, melancólica. Chama-se "B'Bye" do Chuck Mangione.
Tenho saído todos os dias, durante o dia. Eu e a S. vamos passear, vamos à Baixa, vamos a Belém, etecetera e tal. Desde que as férias começaram, raros foram os dias em que fiquei no meu canto em casa. Ou saía com o D. ou com a S. [e às vezes com os dois..]. Cinema..praia..piscina..e muito sol. Depois de um ano lectivo, hediondo (é este o termo, odiei mesmo este ano e já decidi que não vou trabalhar para museus, coisa nenhuma..vou mas é seguir jornalismo ou comunicação social..bem, a não ser que possa ser recambiada para uma escavação arqueológica no Egipto..Não me levem, mas não sei se as minhas narinas iriam aguentar a pressão do mofo o dia todo..iria adormecer..ok, final do parêntesis.), tudo o que eu queria era divertimento..e tive-o.
Contudo..as coisas mudaram e em vez de ter divertimento, a dada altura, tive confusão e medo. Voltarei. L.
" Parecia que tinha cometas nos olhos.."

Rewind and Forget..

Já lá vão 5 meses e uns quantos dias..
Da última vez que cá vim..bem, não me recordo. Mas já foi há muito tempo.
Tenho as mãos ásperas, é do detergente. Pois é, agora sou doméstica na casa do Primeiro-Ministro..brincadeirinha..Regras novas, pele nova é a vida.
Voltei. Para poucos mas bons. Esta minha ausência pode ter parecido estranha mas não consegui arranjar paciência para escrever, depois de chegar a casa sempre depois das 9 da noite..Aulas a tarde toda, problemas, sarilhos. E a minha vontade de escrever seja o que fôr, diminui. E como não tou aqui para fazer favores a ninguém, dei-me a mim própria o bel prazer do "dolce fare niente" como o T. diz, desta vez..o "Dolve scrivere niente". Já bastou as horas infindáveis de secretariado na Católica. Pleaseeeeee....
Em Fevereiro começou um novo semestre e decidi empenhar-me para que os meus resultados fossem menos frustrantes do que a etapa anterior. Infelizmente, apesar de ter melhorado ligeiramente, fui novamente vítima das injustiças da católica..o que se há-de fazer, meus amigos..aquela gente vive naquela capa de hipocrisia e não recompensa devidamente as pessoas..Fiquei muito revoltada, nomeadamente com a professora de C.E. que deu nota máxima às cabras menstruadas da minha turma que plagiaram o trabalho. Coisa pouca, coisa doce..pfff..
Para além disso, preossegui em várias aventuras, extra curriculares. Eu e a S. começámos a sair cada vez mais, a estarmos mais juntas, o que realmente me fez sentir renovada. Pelo menos, há uma pessoa que pode saber tudo de mim. É boa esta sensação de despimento total perante alguém, sabendo que ela nos retribui com tudo o que há de mais verdadeiro nela. Acima de tudo, admiro as pessoas verdadeiras e honestas. Se bem que isso pode custar algumas dores de cabeça..Mas é gratificante ter a lealdade de alguém, passar horas a falar do que me apetecer sem que ter que ouvir que sou maluca ou doida, poder rir e cantar alto no meio da rua e ainda, alinhar em algumas aventuras no loveeee traainnn.
Estes 5 meses foram fortes e intensos, para além de ter uma "mais que tudo" no meu dia-a-dia, uma confidente e irmã, tive muitas peripécias na faculdade e fora dela. Detalhes? É melhor não, antes que atirem ketchup para o ecrân..o que vos posso dizer? "Cassilda Bessaaa.." S. esta dica, só nos entendemos..
Já desde 9 de Junho que estou de férias da faculdade..mas foi no dia 24 que tudo começou..Ainda tive exames na academia..(yesssss, acabei o 8º grau de F.M. finalmenteeeeee!!) Apaixonei-me em Maio..Comecei a namorar..
E agora? Agora já estou solteira de novo, aborrecida até à morte e apaixonada outra vez. Complicada a minha vida, hãn? Pois é..Tenho tanta informação na minha cabeça, que nem consigo seleccionar nada para escrever. Imaginem. Este post era uma ponte para a actualidade. Já volto..L.