março 04, 2006

"As certas incertezas da vida.."

" The place I wanted to go, but didn't dare to.."
Uau. Voltei ao blog.
Às vezes tenho a minha cabeça a mil. Não sei como descrever aquilo que sinto ou o que vejo..secalhar, é mais isso..Já o I. me dizia isso há coisa de um par de dias, descrevendo-me como um turbilhão de emoções. Às vezes até gostava de ser calculista, mas como se organizam e calculam emoções? Não consigo.
Tenho andado desaparecida em combate..pode-se dizer que sim. As aulas na universidade - felizmente - acabaram. Não acabei o curso em alta, tive um 11 neste semestre, o que é péssimo, porque foi a pior nota do curso e isso nunca levanta a nossa moral, não é verdade?
Juan Luis Guerra "Borbujas de Amor".
Não sei porque me pus a ouvir isto, mas sei que me lembrei de acontecimentos passados há um ano atrás, mais coisa menos coisa. Massas, apetite, restaurante, olhares, sotaque latino. Uma troca de palavras, gestos furtados e números dados. Alfornelos. Uma dança pelo corredor, um aperto de cabeças, duas cinturas roçadas, palavras gastas e respirações cambiadas. Um slow, um beijo, uma música. "Borbujas de Amor". Exacto..Uma carícia e mil desejos trocados, com beijos que não se definiam pela sua..dúvida. Um balançar, um suspiro, um túnel de calor sentido.
É impressionante como uma música que possa ter revelado qualquer coisa de insignficante num casul momento, tempos passados, já representa uma memória específica, bem segura e certa no espaço e no tempo. Não ouvimos metade do que vivemos, nem vemos mais de metade do que vemos. Mal observamos, apenas olhamos e escutamos. Mas não ouvimos. E. inesperadamente, aquele relâmpago cronológico surge, com uma vitalidade e uma côr e imagem, nunca tão níticas. Nada foi tão explícito na nossa cabeça, como naquele preciso momento em que vemos as cores da roupa, ou a forma como o cabelo estava, sentimos o calor do espaço e o aroma que bailava pelas correntes de ar que perfumavam os espaços desconhecidos daquele único momento. Secalhar a minha cabeça funciona assim, faz flahs. Pequenos analepses, recuos temporais em que todos os pormenores perseguem o meu inconsciente. Deve ser por isso que tenho sonhos tão intensos, nos quais, basicamente, mergulho..e de cabeça.
Acabou a escola. Acabou a vida de estudante. Acabou a boa vida passada na fnac a ver livros, ouvir discos, mirar os gajos a passar e as aventuras de "lisboa viva", com uns simples headphones de 9 euros aos ouvidos. Mas também acabou o pesadelo "cabras menstruadas" e as competições extremistas. As viagens ao viajar são apenas minhas mas posso-vos dizer: são esplândidas e infinitas, viajo por onde quero, até onde quero e vejo-me numa dimensão onde todos os desconhecidos, desse micro segundo que gasto a apressar-me pela escadaria fugaz do metropolitano, têm um papel e um objectivo. "Agora segue em frente, miúda.." É a frase que ouço, num ritmo regular, mas com uma indeferença que simplesmente não consigo controlar. Secalhar é a parte do miúda que me soa a estranho. Não sei..Há quase dois meses que acabaram as aulas e a cada dia que passa, estou mais perto do choque com o mundo real. E que choque vai ser. Quero estar preparada para tudo e digo-vos, terei que ser muito dura comigo própria. Estamos num mundo injusto e cruel, vejo isso todos os dias. Não se pode ter pena de ninguém..e muito menos de nós próprios.
Apesar do tempo ter passado e muitas coisas mudarem nas nossas vidas, há verdades ditas universais, no nosso íntimo. Há muita gente que perco, muita gente que amo e adoro. E apesar da distância, por motivos de defesa, de orgulho - do que lhe queiram chamar, porque cada um tem uma teoria diferente - essas pessoas..nunca as esqueço. Nunca. E tenho algumas pessoas guardadas no meu disco rígido, que nunca vou conseguir apagar. Mesmo havendo um vírus que possa apagar toda a informação, não há nada em mim que me faça querer livrar dessas pessoas. Mesmo não estando presentes fisicamente, estão sempre comigo em memória..E já chega. Next page.
Fui a vários castings..hoje fui a um de publicidade. Acho que sei o que quero de mim, o problema é lá chegar, quando há pessoas que pisam, deliberadamente, em outras. Viva o factor "C"! Viva o artifício da vida moderna, em que nada se cria, tudo se reconstrói.
E tenho dito.

1 comentário:

Anónimo disse...

o k tu keres sei eu, e o k te ta a fazer falta tb sei eu!!!