julho 16, 2007

"Às escuras e às avessas"

Ah que bom. Escrever, escrever, escrever. É mesmo disto que preciso. Sem convenções, sem regras, sem limites. Deixo-me levar pelas ondas tenebrosas do meu pensamento, como eu quiser. Sim.
Tenho muitas novidades, mas poucas que possa descrever aqui, minuciosamente. Finalmente acabei o meu curso de Canto. Quer dizer, fiz a disciplina. Ao longo de todos estes anos, já tenho a disciplina do instrumento do Curso Oficial de Música, com uma habilitação similar ao 12º ano (mas no plano musical), contudo isso não quer dizer que esteja preparada para cantar a sério. Pelo menos, em canto lírico. Tenho noção de que, ao longo destes anos todos, deveria ter estudado muito mais. É como um atleta que tem de correr todos os dias para treinar o corpo e disciplinar a mente a todos os sacrifícios físicos, pelos quais tem de passar. Mas não é simples fazer da música a nossa vida, quando tem de pingar ao fim de mês (e de algo lado terá de vir). Sei que podia ter feito muito melhor, mas agora tenho que ver o lado positivo das coisas e digo-vos: parabéns a mim por ter conseguido concluir esta etapa. Outras etapas estarão por vir, outros desafios estão à minha espera para ser ultrapassados. Posso até nem conseguir tudo o que desejo, mas nunca irei deixar de tentar. Nem que morra a fazê-lo. É importante ter consciência disto.
E já foi há três anos que fui ao Egipto. Aliás, faz amanhã três anos que voei para lá e não queria mais voltar. Err. Pois. Só que voei e, voilá, cá estou eu. Continua a ser a viagem da minha vida, apesar de há um ano atrás ter passeado pelo México como uma jovem solteirona, independente e irreverente, que lá no fundinho e inconscientemente, apenas quer-se afirmar e fugir da prisão da sua vida. Mas o Egipto será sempre o início da minha fase, realmente e verdadeiramente, emancipada.
Uma semana numa cultura "a modos que" anti-ocidental, no meio de temperaturas abrasadoras de 50 graus, no pleno forno do deserto, em companhias desconhecidas, fizeram de mim uma mente bemmmm mais aberta. Bem mais. Quer dizer, será que é assim que se escreve? Em sentido figurado sim, é possível escrever-se quase tudo.
Nem sei do que me apetece escrever exactamente. Mas apetece-me escrever. Acabei de ler um livro interessante. Não diria que é fantástico, mas interessante. Chama-se "O ano das Hienas". Passava-se no Antigo Egipto, na época de Ramsés III, um faraó forte e saudável que teve muita popularidade no seu reinado, cerca de 1500 anos antes de Cristo (ou secalhar estou a mentir..sei lá). E o interesse do livro é passar-se uma espécie de enredo CSI naquela época. Ya, só que aqui é um só homem a fazer tudo e ainda o tentam matar. Tadito. É bem mais interessante que a série televisiva, que passa continuamente há vários anos e a pachorra começa a faltar. Mesmo na Feira da Ladra não há grande coisa.
Semerket, um antigo investigador egípcio, encara uma grave crise existencial depois de ter sido abandonado pela mulher, Naia. Refugiado na bebida e em perdição, o jovem tem uma oportunidade única quando o Vizir do Faraó (uma espéce de Primeiro-Ministro do local..) o convida a desvendar o mistério causado pelo assassinato de uma sacerdotisa anciã, que vivia perto do Vale dos Reis, na aldeia dos artesãos de túmulos. Semerket é encorajado pelo seu irmão, Nakht, e em breve sucedem-se umas quantas páginas de suspense, mistério, intriga e discrição. Quem está por detrás do assassinato de Hetep-Heres, uma idosa cega, morta à machadada? (err..que imagem bonita para se imaginar depois do almoço, han?) Se são amantes de história e narrativas com reticências, então recomendo. Vivamente.
E, para rematar este long post que já se alonga - e eu não tenho a vossa vida pá, tenho casa, carro, marido e filhos para cuidar, xiça, raios e coriscos, ai cu'a breca - falo de uma coisa que em tem assaltado a cabeça de vez em quando..Er. Calma lá. O que era mesmo? L. (Fica pá próxima meus amigos..)

Sem comentários: