agosto 01, 2006

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Chichen Itzá. Chegámos a um hotel no meio do arvoredo e da selva, muito próximo da zona arqueológica que data do século IX D.C. Caraças..tou-me a tentar lembrar do nome do hotel..humm... Ah ya, Maya Village..Penso que era isso. O calor era húmido e forte, abrasador, que nos punha logo a carne a arder. Queria-me distrair da derrota portuguesa, por isso, deixei as coisas no quarto e fui à loja do hotel ver os "souvenirs". O hotel parecia uma antiga mansão, com uma escadaria enorme, quadros na parede e bancos de madeira. Era imponente e espaçoso, com uma bela esplanada entre os riscos verdes da natureza, entre arvoredos que nos abraçavam.
Saí do hotel à procura da ouriversaria que me tinha sido indicada pela empregada gordinha da loja. No caminho passei por um bar com tv e vi relances do jogo de Portugal, que estava a passar em modo diferido num qualquer canal mexicano. Virei a cara e segui até à loja. Cá fora, tava um rapaz sentado, moreno, de cabelo liso e óculos graduados, que protegiam uns enormes olhos castanhos. Era o empregado. Entrei para a loja, mas acabei por ficar a falar muito com ele. Economia, cultural, política. Tudo e mais alguma coisa. Horas. Ups, é tarde. Tomar banho é obrigatório..
Jantar. Fresca e leve, não tinha vontade de comer. O calor matava-me. Apesar de ter saído do duche à pouco, - duche esse que tinha sido bastante desagradável, já que a água não escoava pelo cano, formando-se uma piscina de água castanha encardida - já transpirava de novo. Dirigi-me de novo à loja e debatemos a situação do México. Ele não tinha clientes para atender e eu não tinha os espanhóis para chatear. A vontade de falar e conhecer era enorme e decidir por os radares a "funceminar". Passado uma hora, despedimo-nos e fui-me. Acabei por ser convidada para juntar-me à mesa dos Bascos e, após um grupo de mariachis me dedicar umas músicas naquele ambiente lúgubre, discutimos Cuba e a política de Fidel.
Segui para a cama, desejosa de descanso..Não antes sem ver um pouco de televisão mexicana e constatar num programa desportivo, que nós nunca tínhamos sido os favoritos dos especialistas futebolísticos daquele país..

06/07/06
Despertar cedo. Desta vez comi com a família que tinha a filha. Melancia, papaia, café com leite e uns croissants miniaturas tiraram a minha barriga de misérios. Apesar de alguma dificuldade, ainda, em comunicar, já se notava mais fluídez nas conversas, mais sorrisos e uma espontaneidade que advinha da convivência de já algumas longas horas, contínuas e sem escape imaginário.
Saímos para visitar as ruínas, durante mais de três horas, com muito calor, sol e suor. Apesar de o guia procurar sempre sombrar para expôr as suas explicações, os espanholitos lá iam pondo um protector, bebendo água ou procurando um calhau algures, para se confortarem. Às vezes tinha que se fazer sacrifício humano e ficar ao sol, como lagartos. Compras, regatear, mais ruínas. O cansaço tomava conta de mim e eu precisava seriamente de me sentar..
Almoço. Saímos de Chichen Itzá e fomos almoçar à povoação. Era um hotel, com um buffet razoável para nós. Comi um pouco de tudo, bebi uma bela cola e diverti-me com o papagaio que se encontrava na gaiola (ou seria uma arara?). Aproximava-se de mim e inclinava a cabeça. Dava-lhe festinhas e e as suas penas se eriçavam..Calor, calor e mais calor.
Próximo destino: Uxmal..Querem saber onde?

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