maio 07, 2006

"Um oásis no deserto.."

"Oh I love to loveeeeeeeeeeee...but my baby just loves to dance... Yes, he does!!!"

Há uns meses atrás gostava de um rapaz. Muito. Muito mesmo. Estava apaixonada como nunca tinha estado antes e isso fazia-me sentir viva, feliz, confiante, segura, imparável. O tempo parava e eu ficava só a pensar naquelas recordações. E só essas recordações, valiosas por si mesmas, me davam forças para todos os dias acordar e fazer, simplesmente, o que tinha a fazer. Mesmo que essas memórias me iludissem, me atirassem para uma espécie de abismo em espiral sem saída, elas eram suficientemente fortes para me dar tudo o que eu precisava. No entanto, se esse amor me fazia sentir rica interiormente, a todos os aspectos positivos, também me dava o pior que há na vida. Que raio de amor é este em que não vejo o meu objecto amado? Que merda é esta em que não há contacto físico, não há palavras, pensamentos, jogo, sedução e sexo? Como é que alguém pode ser feliz só em pensamentos? Pois, não pode. E depois de picos de sonhos, em ilhas desertas, uma plenitude de calor e locomotivas de gelo, caía na realidade e saberia que esses desejos não existiam em mais lado nenhum, senão na minha mente. Eram do mais bonito que tinha sentido e vivido, mas era só meu. E não podemos ser felizes se não partilharmos com os nossos semelhantes tudo o que sentimos, o que vemos, o que vivemos, não é? Pelo menos com uma pessoa no mundo..e se fôr a nossa paixão, o nosso reduto, o nosso escape, tem de estar bem viva na nossa vida, a cada instante, pois é quem recorremos primeiro, caso haja uma necessidade..Estejamos bem ou mal, é assim que o ser humano vive, em conformidade e proximidade com o outro. Eu sabia que tudo não passava de um sonho, de uma ilusão, uma coisa fantástica que se desenrolava na minha cabeça, mas ao menos tentava acreditar, ter um objectivo que me dava forças, mesmo que fosse impossível, me levava para além do limite das coisas e me dava a convicção que tudo era possível de acontecer. Passaram muitos meses até sair desse estado de espírito, de não pensar nele, de deixar de o amar. E por mais incrível que pareça, nunca lhe disse nada. Nem uma mensagem, uma chamada, um sinal de vida. Apesar de lutar, desisti à partida de o tentar conquistar, mostrando-lhe o meu amor. O meu coração sabia que não ia acontecer nada, apesar de os milagres, hoje em dia, serem cada vez mais frequentes.
Para mim, isto pode ser o verdadeiro amor. O amor toma muitas formas e não se pode ser redutor ao ponto de se dizer "bem, esta é que a única forma de amor realística". Naaaaaaa...Ama-se de muitas formas e feitios, cada um ama como quer e como lhe convem. Mas o facto de viver com um amor trancado dentro de mim, de não o querer saltar para me proteger e a ele, de desejar apenas viver com naturalidade a vida, sem pressões, sem sufocos, sem humilhações, fez-me entender que o amava realmente. Não o persegui, não o enchi de pedidos, não o implorei para ser meu amigo. Fiz o que tinha a fazer e vivi bem com isso. Bem..bem, não vivi..Mas não se pode forçar o amor, ñão é?
É esta a mensagem que quero passar hoje...Carpe Diem. E sejam naturais. Basta.

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