junho 02, 2006

Definições Abstractas e Aleatórias..

" Seguramente, certamente que a noite da passada 6ª feira foi inesquecível.."
"..Tens a certeza?"
"Sim.."
"Humm.."

Insegurança.

É deste conceito que resolvi falar hoje, dar a minha opinião ou introspecção - aliás, é complicado eu ter uma opinião realmente formada sobre um conceito tão vago como a insegurança..-, tendo em conta vários factores.
Primeiro passo: dicionário de português da Porto Editora, o grande ícone do materal escolar, especialmente nas ofuscas memórias do ensino primário, leccionado por uma velhota qualquer com miopía. Vendo a definição de "Insegurança", lê-se:
1. falta de segurança;
2. situação em que alguém se sente ameaçado ou se encontra exposto a um perigo;
3.atitude de quem sente falta de confiança em si próprio;
4.inquietação.

Afinal de contas..porque é que as pessoas têm insegurança? Em que circunstâncias? Há causas? É legítimo? Plausível? Sim e não. Todos somos tão diferentes, temos formas tão distintas de ver as coisas, que é impossível dar certezas, explicá-las, fundamentá-las como se fossem verdades universais..até porque elas não existem. O que damos como certo e adquirido hoje, amanhã já pode não o ser e, num instante, perdemos as nossas bases, as nossas raízes, sinto-me tentada até a dizer que perdemos as nossas forças, porque a origem dos nossos valores e das nossas crenças vai por terra. (Quase) Completamente. Como é que isso acontece? Não sei mesmo. Mas acontece, sem justificação aparente. Em segundos, muita coisa pode mudar no nosso interior. Perdoem-me as almas mais cépticas e incrédulas mas é um facto. Deus é minha testemunha..ou Alá. O que lhe quiserem chamar..
A insegurança surge quando não sabemos no que nos metemos, quando o terreno é perigoso e movediço, quando as nossas acções, mesmo pensadas, planeadas e feitas com margem de manobra para quaisquer imprevistos, não são suficientes para dominarmos o contexto pessoal e social. Perante os outros, deixamos de dominar, de ter certezas, de agir como se a nossa palavra fosse a última a ser cumprida e as palavras as cobaias dos nossos próximos passos. Não, nada disso, meus caros. Quando estamos de papo cheio, somos os maióres, ya, pois somos. Muita bons e tal, sabemos sempre o que queremos, onde, como e com quem..Ya. Mas quando as coisas não correm assim tão bem, ou quando nos relacionamos com algo relativamente imprevisível, é melhor ponderarmos todas as situações possíveis de se concretizar, senão a coisa é capaz de não correr lá muito bem para o nosso lado.
Geralmente, acaba até por ser completamente diferente do que se tinha imaginado. Ya, uma pessoa sonha e sonha, tem planos, ideias, imaginação, faz tudo para conseguir algo. Pior: iludimo-nos, formamos uma impressão de algo ou alguma coisa que não corresponde à realidade e de repente..zás. Badapum. Perante uma repetição sucessiva deste fenómeno, é mais que normal e natural recuarmos perante certas sombras que surgem nas nossas vidas, sem sabermos muito bem o porquê. Eu diria mais, muito mais. Não sei ao certo porque é que sinto tanta coisa diferente num espaço de tempo tão curto. Vou ser sincera. É uma merda. MERDA. MERDA. MERDA. Sejam sempre coerentes, não recuem perante o que têm como objectivo na vossa mente. Se têm uma única ideia, seguim-na. Fixe, ainda bem para vocês. Se têm muitas..Ups. Como se escolhe apenas uma ideia a seguir de entre tantas? Profissão ou amor? Independência ou família? Loucura ou depressão? Todas as ideias são legítimas. Às vezes, é mais fácil percorrer um caminho único, sem ter que se escolher algo, porque, já dizia Sartres (ou talvez não), escolher é o que é realmente de difícil de se fazer na liberdade humana. O homem livre, por ser livre, tem de fazer as suas escolhas e responsabilizar-se por elas, assumir uma posição, liderar o caminho. A figura e criatura escravas não têm quaisquer liberdades, regalias, possibilidades de saber que podem fazer o que querem no dia a seguir, e, talvez por isso, é mais fácil percorrer esse caminho, porque nunca permanecem na dúvida irredutível de ter que fazer uma escolha. Não são livres, não têm qualquer tipo de acesso para esse caminho. Ser livre é único, intransponível, inagualável, porque ao fim e ao cabo, sou dona do meu nariz, sempre serei e sempre quererei ser mesmo quando não tenho qualquer possibilidade para o ser. Odeio pôr as coisas nestes termos. Mas tem de ser.

" Para tudo na vida, correr, é necessário haver um equilíbrio: uma coesão, a junção dos dois lados, o que nos define. "

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